A tal Feniletilamina - Minha amiga Feni

Geralmente quando eu escrevo uma poesia, eu crio um personagem. As palavras saem como se fosse o grito de outrem, mas enfim, "...eu não vi aqui pra entender ou explicar nem pedir nada pra mim..."(Ana Carolina) Pela primeira vez uma poesia minha, "Certas Incertezas" está fazendo jus ao meu momento, eu nunca estive numa dúvida tão certa como estou... Deu pra perceber o meu estado né? Pra ser mais claro, eu acho que estou apaixonado... Ai meu Deus, é isso mesmo... Dai resolvi ler alguns artigos sobre esse problema ou solução, chamado de "Paixão" e resumi uns textos, fragmentando partes em que eu me via.

O chamado diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos, intervém, através do hipotálamo, no desejo, no interesse sexual e também recolhe as informações que chegam do exterior e dos hormônios, controlando-os e dando as respostas da excitação sexual, ejaculação, sensações de prazer e regulando as respostas emocionais e afetivas no comportamento sexual.
O sistema límbico discrimina e seleciona os estímulos, reconhecendo os sinais de saciedade (estar satisfeito) e inibindo o comportamento sexual.
A nossa sexualidade apresenta-se não apenas em nível dos estímulos (visuais, fantasias ,etc), como também na participação muito importante da emoção e sobretudo na aprendizagem. Algumas partes do nosso cérebro relacionam o ambiente e a cultura às nossas respostas sexuais. O resultado pode ter maior ou menor eficácia dando aos parceiros, maior ou menor prazer.
Razão, fantasia, emoção e aprendizagem se misturam em nosso cérebro dando respostas curiosas no dia a dia sexual do ser humano.

Os neurotransmissores cumprem uma função indispensável na ativação do impulso sexual, como por exemplo, quando as carícias e beijos levam a lubrificação vaginal e à ereção peniana.
Os cientistas conhecem a "feniletilamina" (um dos mais simples neurotransmissores) há cerca de 100 anos, mas só recentemente começaram a associá-la à paixão. Ela é uma molécula natural semelhante à anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.
Então quer dizer que a tal feniletilamina é a culpada quando nós dormimos e acordamos pensando numa pessoa, ou as vezes nem dormimos, vendo o dia amanhecer ao lado de alguém que há dias nós nem sabiamos da existência... É mais ou menos isso que eu estou vivendo, mas é um misto de dúvidas, até mesmo porque essa pessoa que a "feni", (como eu carinhosamente resolvi chamar essa miserável molécula que faz com que a gente fique feito besta pensando nas pessoas) resolveu povoar os meus pensamento, já tem um namorado... Ai, você não entendeu nada né??? Ainda bem que a minha saudosa Lispector disse: "Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo entendimento", o pior é que eu me rendi mesmo e estou me entregando... Aff, sabe aquela pessoa que você olha e imagina ao seu lado, brigando, rindo...enfim, eu tô mesmo em certas incertezas, ainda não tive coragem de dizer com todas as letras que estou tocado pela feni (risos), mas os olhares são recíprocos, os papos, as coincidências... Será que eu sou anormal? Eu sempre me apaixono pela pessoa errada, ou será que errado é pensar assim???

Eu decidi me afastar um pouco, mas quando afasto me pego pensando que estou afastado por tal situação, talvez passe, talvez pare, talvez, talvez, certas incertezas... Ai me bate um devaneio numa linha Julio Iglesias, "Não sei se é desejo, paixão ou loucura, ou um mal tão grande que não tem mais cura..." Quanto a isso tudo, como diria meu amigo Platão: "só sei que nada sei".

Adilton Imperial

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